terça-feira, 9 de agosto de 2011

Em pouco tempo, o sol nascerá. A noite então terei atravessado, enquanto ela me atravessou de medo. Tem gente em todos os lugares. Todos me encaram, esperam o momento em que adormecerei. Aperto forte as mãos que me mantém presa a esse mundo, essa vida. Nem isso adianta. O medo já me domina. Não vejo como melhorar a situação. Sinto calor, mas temo descobrir-me, estarei desprotegida se o fizer. Levanto, entendendo que cheguei a meu limite. Minha visão enevoada, afinal fazia sentido: meus olhos agora fazem chover. É difícil manter os olhos abertos, lutar contra o sono. Mas o sol já nascerá, apagará meus medos, despertará alguém querido. A necessidade de checar, a todo momento, se há alguém aqui. Nunca avisto ninguém, mas permaneço convencida de que há, sim. Se fechar os olhos agora, dormirei. Mas não, acordada devo ficar.

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