difícil é para os que sonham.
cegos, acreditam que depois do pulo vem o voo, o vento.
mas não, no fim da queda vem sempre o solo.
duro, frio.
sempre chega o vazio que é o baque de um corpo no chão.
e têm medo de descumprir promessas, acabar com as ilusões.
quebrar os espelhos rachados, de uma vez por todas.
depois da queda, sabem que verão o sangue quente espalhar-se a toda volta.
e é isso o que desejam.
agora que o sonho acabou, que venha a lâmina.
que venham as lágrimas, a dor.
que venha o calor nas veias e o ardor na pele.
e então, finalmente...
que venha o silêncio.