terça-feira, 9 de agosto de 2011

As gotas caem, pesadas e rápidas. Estalos constantes e desiguais nas janelas. Não chove. Só eu posso ouvir esse ritmo descompassado. Não é àgua o que despenca em cima de mim. Meus pensamentos se anevoaram e agora fazem chover. Tanta confusão.
Meus dedos pelos seus cabelos, os seus pelos meus. E na nuca, pescoço, costas, braços... E, muito tímidamente, na minha cintura, me fazendo sorrir mais forte, arrepiar. Aulas de história. Lições jamais aprendidas. Mas, deveras! Nossas mãos pareciam ter imãs. Seus dedos contornando os meus, se entrelaçando. Bons filmes antigos, desconhecidos ou clássicos muito bem escolhidos. Pencas de bons livros, autores. A biblioteca pública. Cruzar contigo ao entrar na locadora, cumprimentar-te, encabulada. Não achar palavras. Ver-te dobrar a esquina, acenando. BAM, tudo o que podia ter dito me vem à mente. Uma enxurrada de xingamentos murmurados, voltando para o meio das prateleiras, o olhar vago e o pensamento distante. Ver-te voltar. Minutos passam em segundos, em meio à sugestões, surpresas e identificações. A vontade de  guardar todos os detalhes. Saudades de momentos que jamais aconteceram. Meus lábios nos seus, conversas de intermináveis, notar um detalhe do mundo e sorrir, rir com você, dormir ao seu lado... E deixo minha imaginação vagar, virar sonho e, madrugada adentro tornar-se vontade. Os olhos me pesam agora. A tempestade já passou, abram as janelas e deixem os raios de  sol entrar, trazer a felicidade que é desejar. A brisa traz teu nome. Diz de novo, brisa! Deixa essa ser minha canção de ninar...

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